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43ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA

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“O cinema me deu a possibilidade de existir”, diz Bárbara Paz em depoimento
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09 de Novembro de 2018
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“O cinema me deu a possibilidade de existir”, diz Bárbara Paz em depoimento

A atriz e agora diretora Bárbara Paz deu as boas-vindas ao ciclo de depoimentos Memórias do Cinema da 42ª edição da Mostra na sexta-feira, 19/10, segundo dia do festival. Gaúcha, ela contou que apenas quando se mudou para São Paulo, aos 17 anos de idade, é que conheceu uma sala escura "de verdade". “Vim sozinha para cá; perdi minha família muito cedo. Então, realmente eu era órfã da vida e o cinema me deu a possibilidade de existir. O cinema foi a minha família”, disse.

Durante cerca de uma hora, Bárbara relembrou os filmes que marcaram sua trajetória, a relação com o cineasta Hector Babenco (1946-2016), com quem foi casada, além da experiência na direção com o curta-metragem Conversa com Ele, exibido pela primeira vez na 42ª Mostra.

Leia, abaixo, trechos do depoimento.

FAMÍLIA E CINEMA
“Eu não tinha dinheiro para ir ao cinema. Então, não sabia direito o que era a magia do cinema, mas eu sabia o que era o circo. Porque, a cada três meses, vinha um circo na esquina da minha casa e foi lá que entendi o que era o sonho, o lúdico, o que era essa magia de levar você a outro lugar e a conhecer o mundo lá fora. Conheci o cinema e a sala escura só quando vim para São Paulo. Eu sou do Rio Grande do Sul e em Campo Bom, minha cidade, não tinha cinema. Quando me tornei atriz, comecei a falar muito isso em entrevistas e, de tanto eu falar, abriram um cinema com o meu nome.”



“Achei bonita a homenagem porque o cinema virou a minha família, o cinema me educou como pessoa. Cheguei em São Paulo com 17 anos. Foi quando entrei pela primeira vez em uma sala de cinema de verdade e tudo mudou para mim. O meu esconderijo nessa cidade grande é a sala de cinema. Vim sozinha para cá; perdi minha família muito cedo. Então, realmente eu era órfã da vida e o cinema me deu a possibilidade de existir. O cinema foi a minha família. Vou repetir isso várias vezes. Tanto que depois eu me casei com um cineasta; porque realmente não tinha outro mundo para eu seguir. E agora eu começo a dirigir porque também acho que sempre tive essa vontade, essa loucura que não era só uma coisa. Eu nunca conseguiria ser só atriz, eu nunca conseguia ver um filme esquecendo de todo o resto: da luz, da cenografia, do figurino, do roteiro."


INGMAR BERGMAN E LARS VON TRIER

“Natal, para mim, nunca existiu. Mas quando eu vi Fanny e Alexander (1982) os Natais viraram outros, uma infinidade de Natais. O Antunes [Filho, diretor de teatro] me apresentou ao cinema sueco, com Bergman, e me apresentou, com Ondas do Destino (1996), ao Lars von Trier, que virou um dos meus diretores preferidos. Esses dois filmes foram a minha introdução ao cinema. Eu era uma menina de 20 anos e o cinema me mostrou uma infinidade de possibilidades.”

FILMES
“Pensando em filmes que me marcaram, nos filmes da minha vida. Noites de Cabíria (1957) é um deles. Quando entrei numa sala de cinema e assisti Fellini pela primeira vez, descobri tudo. Descobri um outro tipo de atuação, uma leveza, o lúdico, o poético, o circense. Se você pedir para eu selecionar apenas um filme, eu selecionaria Noites de Cabíria porque esse filme nunca saiu da minha cabeça, nunca.”

“Asas do Desejo (1987), do Wim Wenders, me fez não desistir várias vezes. Outro filme que me pegou muito também foi o romeno 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias (2007). Um filme que foi proibido e pouco visto é o Je T`aime Moi Non Plus (1976), do Serge Gainsbourg. Ele mexeu muito comigo porque eu nunca tinha visto um filme sobre dois homens, sobre gays —na verdade é um triângulo— de uma forma tão bonita, tão forte, com uma música maravilhosa. Parecia um trabalho moderno e era um filme dos anos 1970, que foi proibido e que assisti nos anos 1990.”

“São tantos e tantos filmes. As Invasões Bárbaras (2003) foi um que me tocou demais. Não fala só sobre morte, fala sobre amizade, sobre essa relação com o roteiro. É um filme de referência para mim como roteiro. É um filme sobre o fim. Te leva a questionar muito como você enxerga a vida, como você enxerga o ser humano. Você revê a sua vida, a sua história.”

DIREÇÃO
“Toda vida dá um filme, todo mundo dá um filme. Se você se distanciar, toda vida humana dá um belo filme. Eu sempre tive isso dentro de mim. Às vezes, a gente tem uma vontade muito grande de fazer algo, mas achamos que não é possível, principalmente fazer cinema. No Brasil já é tão difícil fazer cinema. Aí você descobre a infinidade de janelas que você tem hoje e que você pode fazer um filme com pouco dinheiro, você pode exercitar. E o que eu fiz? Eu fui exercitar. Então, comecei a fazer curtas, comecei a exercitar esse ofício, experimentar.”

“O Hector [Babenco] falava `não perde esse foco, você não é só atriz, você precisa exercitar o resto todo que tem aí, confia no seu olhar, liga a câmera e faz`. E ele foi me incentivando. Nesses quase dez anos que passamos juntos, ele falava que estava me dando o passaporte dele. Ele me fez acreditar que era possível, tanto que estou fazendo um documentário agora sobre ele. [A direção] é o único lugar que eu tenho segurança, que eu sei o que estou fazendo. Como atriz, sou muito insegura. Mas essa segurança eu achei meio estranha no começo.”

CONVERSA COM ELE
“Esse filme que vou apresentar na Mostra [o curta Conversa com Ele] é uma extensão do longa-metragem que estou fazendo. Foi uma viagem minha. É um plano-sequência do Drauzio [Varella] que eu não conseguia desmembrar, não conseguia cortar, eu não conseguia entrar nesse filme, não conseguia tirar uma palavra dele, nada, nem uma respiração. Daí falei `mas isso é um filme à parte`. É uma história de amizade. Quando o Drauzio Varella assistiu e me ligou, ele ficou emocionado. Realmente, foi um momento único. Naquele momento [do depoimento] aconteceu algo mágico, dele estar ali inteiro. Não era um ator e ele estava conversando com uma pessoa que já não existe, mas que era o melhor amigo dele. Foi uma coisa divina mesmo.”

HECTOR BABENCO
“Quando eu o conheci, não conhecia a obra inteira dele. Lembro que o Brincando nos Campos do Senhor (1991) foi um filme que me marcou muito. Lembro perfeitamente do dia em que eu assisti e que chorei. Fiquei muito emocionada com o filme, me tocou de uma forma! É um filme necessário, que pode ter envelhecido um pouco nos padrões, mas é atual, até pelo que está acontecendo hoje com o nosso país, com a nossa Amazônia. Ali foi uma prévia. Quando eu conheci o Hector eu também tinha visto Pixote: A Lei do Mais Fraco (1981), também um filme necessário. Mas eu não conhecia todo o cinema dele nem a história dele e todo filme dele tem um porquê. Ele passou 30 anos fazendo filmes doente. É uma mistura de vida e cinema. Isso me fez me apaixonar mais por ele e pelo cinema dele.”

CINEMA BRASILEIRO
“Desde que assisti a Terra Estrangeira (1995), vi todos os filmes do Walter Salles. Agora, os filmes brasileiros lá de trás, tipo Glauber Rocha, tudo isso o Antunes Filho [na época em que Bárbara fazia curso de teatro com ele] me fez assistir. Ele fazia todas as alunas assistirem o bom cinema brasileiro. Interessante, né? Uma escola de teatro te obrigar a assistir cinema. Isso é fundamental. Essa educação cinematográfica que ele dá para todos os artistas não dá só no cinema, ele dá nas artes plásticas e na literatura também.”

MOSTRA
“A Mostra me possibilitou conhecer outros mundos, outros países que eu jamais viajarei, que nunca imaginei ir até eles. Nunca fui para a Romênia, mas sou apaixonada por cinema romeno. O tipo de linguagem, o tipo de movimento de câmera, o roteiro, as histórias pesadas, fortes e que ninguém tem medo de falar, ninguém tem medo do Estado. Tem, mas faz. Um cinema-denúncia. Isso me interessa. Quando tem isso no Brasil me interessa também. A Mostra foi realmente uma escola. Vi muita coisa aqui. Virei cinéfila sem saber o que essa palavra significa.”

Ana Elisa Faria

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