



Entrevistas
"O filme é marcado pelos símbolos e pela atmosfera fantástica"
Esta é a terceira vez em que o cineasta francês Jean Michel Roux vem à Mostra. Seus filmes, sempre marcados por um toque metafísico, procuram investigar os mistérios do universo e convidar o espectador para um viagem estética marcada muito mais pelas sensações do que pelos diálogos. Na entrevista a seguir, Roux explica a origem de O Anjo do Norte, rodado na Finlândia, e que faz parte da programação da 42ª Mostra.
Por que você foi fazer um filme na Finlândia?
A natureza nórdica me inspira e me instiga. Antes de descobrir a Finlândia, eu havia descoberto a Islândia, onde fiz três filmes. Esta é a primeira em que um francês faz um filme na Finlândia. Trata-se de um documentário com algumas encenações que ajudam a compor o simbolismo daquilo que é mostrado.
E o que é mostrado?
O filme parte de um quadro muito bonito e muito conhecido na Finlândia, O Anjo Ferido [de Hugo Simberg], pintado em 1903. Esse quadro é um ícone do país; toda a população conhece e admira essa pintura; as crianças têm essa imagem nos livros escolares. Eu diria que essa pintura é a Monalisa dos países nórdicos - e, a meu ver, é ainda mais forte que a Monalisa.
O que te levou a fazer um filme sobre esse quadro?
Depois de tomar contato com a relação da população da Islândia com os elfos, eu passei a alimentar o desejo de fazer um filme que falasse sobre os seres invisíveis nos quais as pessoas acreditam. E eu pensava, sobretudo, nos anjos. Mas não tinha sentido fazer uma ficção sobre os anjos, já que o Win Wenders já fez [em Asas do Desejo, de 1987], e muito bem. Quando descobri esse quadro, entendi que poderia fazer um documentário sobre os anjos. O filme é marcado pelos símbolos e pela atmosfera fantástica. É um filme baseado no não-verbal, na experiência do espectador. Apenas 5% dele é ficcionalizado. O registro é todo documental.
Ana Paula Sousa
<
>
Esta é a terceira vez em que o cineasta francês Jean Michel Roux vem à Mostra. Seus filmes, sempre marcados por um toque metafísico, procuram investigar os mistérios do universo e convidar o espectador para um viagem estética marcada muito mais pelas sensações do que pelos diálogos. Na entrevista a seguir, Roux explica a origem de O Anjo do Norte, rodado na Finlândia, e que faz parte da programação da 42ª Mostra.
Por que você foi fazer um filme na Finlândia?
A natureza nórdica me inspira e me instiga. Antes de descobrir a Finlândia, eu havia descoberto a Islândia, onde fiz três filmes. Esta é a primeira em que um francês faz um filme na Finlândia. Trata-se de um documentário com algumas encenações que ajudam a compor o simbolismo daquilo que é mostrado.
E o que é mostrado?
O filme parte de um quadro muito bonito e muito conhecido na Finlândia, O Anjo Ferido [de Hugo Simberg], pintado em 1903. Esse quadro é um ícone do país; toda a população conhece e admira essa pintura; as crianças têm essa imagem nos livros escolares. Eu diria que essa pintura é a Monalisa dos países nórdicos - e, a meu ver, é ainda mais forte que a Monalisa.
O que te levou a fazer um filme sobre esse quadro?
Depois de tomar contato com a relação da população da Islândia com os elfos, eu passei a alimentar o desejo de fazer um filme que falasse sobre os seres invisíveis nos quais as pessoas acreditam. E eu pensava, sobretudo, nos anjos. Mas não tinha sentido fazer uma ficção sobre os anjos, já que o Win Wenders já fez [em Asas do Desejo, de 1987], e muito bem. Quando descobri esse quadro, entendi que poderia fazer um documentário sobre os anjos. O filme é marcado pelos símbolos e pela atmosfera fantástica. É um filme baseado no não-verbal, na experiência do espectador. Apenas 5% dele é ficcionalizado. O registro é todo documental.
Ana Paula Sousa